Michelle Bolsonaro Defende Jair Bolsonaro como “Única Opção da Direita” para 2026
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) voltou a defender publicamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmando que ele seria “a única opção da direita” para disputar a Presidência da República nas eleições de 2026. A declaração ocorreu no sábado, 8 de novembro, durante um evento do PL Mulher em Londrina (PR). Diante de militantes e lideranças locais do partido, Michelle discursou por cerca de 40 minutos, adotando um tom firme em defesa do marido, que permanece inelegível até 2060 em razão de sua condenação no processo relacionado à trama golpista.
Defesa do Marido e Críticas à Inelegibilidade
Durante sua fala, Michelle Bolsonaro ressaltou que a ausência do ex-presidente nas urnas representaria, segundo ela, uma ameaça à democracia. A ex-primeira-dama argumentou que a decisão que tornou Bolsonaro inelegível teria retirado do eleitorado o direito de escolha. Em suas palavras, “não há outra opção para a Presidência da República em 2026. A única opção da direita chama-se Jair Messias Bolsonaro”. Ela acrescentou que, caso a candidatura do marido não se concretize, “esse é o verdadeiro golpe que o Judiciário está dando no povo brasileiro”.
O discurso foi recebido com aplausos pelos presentes, muitos deles portando bandeiras e símbolos do PL e do bolsonarismo. Michelle reforçou, diversas vezes, que sua posição refletia não apenas uma visão pessoal, mas a de “milhões de brasileiros” que continuariam a apoiar o ex-presidente.
Críticas ao STF e ao Congresso Nacional
Em outro momento, Michelle Bolsonaro elevou o tom ao criticar duramente o Supremo Tribunal Federal (STF) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Para ela, o Judiciário estaria extrapolando suas competências constitucionais e exercendo influência excessiva sobre os demais poderes da República.
Segundo a ex-primeira-dama, as decisões recentes do STF que anularam ou suspenderam projetos aprovados pelo Congresso Nacional seriam um exemplo dessa interferência. “A gente tem visto um Congresso de joelhos em frente ao STF. Isso é uma tristeza muito grande para a gente, porque hoje, infelizmente, só quem governa é o Judiciário. Os nossos deputados aprovam leis, e se não tiver em concordância, eles anulam”, afirmou.
Ela ainda mencionou que muitos parlamentares, inclusive de partidos de oposição, estariam “amedrontados” diante do que classificou como ativismo judicial. O tom do discurso reforçou a postura crítica adotada pela família Bolsonaro e pelo PL diante das decisões da Suprema Corte nos últimos meses.
Condenação de Bolsonaro e Expectativa pela Execução da Pena
O evento do PL Mulher aconteceu um dia após o STF rejeitar o último recurso apresentado pela defesa do ex-presidente no processo da trama golpista. O tribunal manteve a condenação de 27 anos e 3 meses de prisão, além da inelegibilidade por 35 anos. Com o acórdão prestes a ser publicado, cresce a expectativa de que a execução da pena seja determinada em breve.
A tendência, conforme avaliam juristas e veículos de imprensa, é que Jair Bolsonaro inicie o cumprimento da pena em regime fechado, provavelmente no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. O entendimento consolidado pela Corte é de que o ex-presidente teve participação direta na tentativa de desacreditar o sistema eleitoral brasileiro e incentivar ações consideradas antidemocráticas.
Saúde de Bolsonaro e Dificuldades Pessoais
Michelle Bolsonaro também abordou o estado de saúde do marido. Ela relatou que Bolsonaro ainda sofre consequências de uma cirurgia realizada em 2023, especialmente um quadro persistente de soluços, que, segundo ela, provoca intensa exaustão. Afirmou ainda que o ex-presidente enfrenta outros problemas decorrentes do procedimento cirúrgico e das condições adversas que, na avaliação dela, impediram sua completa recuperação.
A ex-primeira-dama declarou que faltou “um ambiente favorável” para a convalescença, sugerindo que a pressão judicial e política dificultou o processo. O relato foi feito em tom emotivo, e Michelle afirmou que Bolsonaro “nunca mais conseguiu se recuperar totalmente”.
Direitos, Prisão Domiciliar e Liderança Política
Ao final do discurso, Michelle comentou a prisão domiciliar decretada em agosto, no âmbito do processo que investiga a suposta tentativa de interferência internacional contra o Brasil, envolvendo também o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Segundo ela, o ex-presidente “tem vivido dias muito difíceis, com seus direitos violados”.
Apesar das adversidades, Michelle afirmou que Bolsonaro permanece “firme na fé” e que a direita “não abrirá mão de tê-lo como líder”. Ela destacou que, mesmo impedido de disputar eleições por décadas, o ex-presidente continuaria sendo uma figura central para o movimento conservador no país.
